11 de novembro de 2012

A nova cara e a nova estratégia da Microsoft

Faz muito tempo que a Microsoft tem se esforçado para mostrar para os usuários uma cara moderna, jovem e inovadora.

Em 1995 a Microsoft mudou radicalmente o conceito de operação e o modo de apresentação do seu principal produto com o lançamento do Windows 95. Foi uma mudança radical mas muito bem aceita pelos usuários acostumados com a aparência retrógrada do Windows 3.11.

Interface do Windows 95.

De lá até o lançamento do Windows 7 pouca coisa mudou. Alguns ícones mudaram de nome, outros sumiram, alguns foram adicionados, o menu Iniciar foi reformulado umas três vezes mas permanecia com as mesmas funções. Em resumo: O Windows envelheceu. Outra vez.

Interface do Windows 7 – note que, apesar das transparências, a imagem pouco difere do Windows 95.

Nesse meio tempo, vários outros produtos da Microsoft surgiram e morreram. Para citar, os Handheld PCs e os Pocket PCs (movidos pelo Windows CE), os telefones com Windows Mobile (baseado no kernel do Windows CE), o Microsoft Kin e mais algumas coisas perdidas com o tempo.

Porém esse período foi de grandes inovações para a gigante de Redmond. O Xbox original foi um excelente piloto para o Xbox 360, um produto de sucesso. O Kinect, um sensor bastante inteligente e completo (e que já foi assunto aqui no blog), surgiu e definiu o padrão de tecnologia para acessibilidade e interação homem-máquina. O Windows Phone 7, bastante elogiado com sua interface simples e minimalista, trouxe uma nova forma de navegar entre os menus e opções do celular. Inovador, diga-se.

Tela inicial do Windows Phone – note a ausência do Menu Iniciar. A tela é completamente personalizável.

O lançamento do Windows 8 é, sem dúvida, a coroação de toda uma estratégia de integração de produtos que começou com a criação do Windows Phone: a mesma interface, os mesmos recursos, as mesmas informações do usuário disponíveis em todos os locais onde os produtos da Microsoft podem estar: PC, telefone e central de entretenimento. O Windows 8 e o Xbox 360 herdaram a interface estilo “Metro” que estreou no Windows Phone. Depois da unificação de interfaces, que foi renomeada para “Windows Store” – alguém depois me explica esse nome – a estratégia parece completa.

Mas que estratégia seria essa? Presença (e perdoem-me os marqueteiros do Bradesco). Estar presente em todos os lugares onde o usuário pode se familiarizar rapidamente com o ambiente. Vamos começar pelos serviços on-line: quem tem uma conta no Hotmail (em tempo: está migrando para Outlook.com) já tem uma conta Microsoft válida para todos os serviços prestados: e-mail, armazenamento de dados na nuvem (Skydrive), chat de texto e comunicação por voz e vídeo (Skype), músicas (Xbox Music), entretenimento (Xbox Live), compras on-line (Microsoft Store), só pra citar os mais importantes. E um aviso aos navegantes: O famoso MSN será descontinuado, em prol do Skype. Preparem a migração das suas contas!

Interface do Windows 8 – claramente inspirada no Windows Phone. E o sistema é totalmente integrado, diria até baseado, na web.

Com essa conta você pode se logar em qualquer computador com Windows 8 e rapidamente esse computador será o “seu” computador com Windows 8. Essa mesma conta o autentica no Windows Phone e no Xbox 360 onde ,através dos já citados serviços, os seus arquivos e dados sempre estarão disponíveis. Suas músicas e vídeos poderão ser reproduzidos diretamente da nuvem, sem necessidade de download. Seu progresso nos jogos estarão disponibilizados em qualquer Xbox 360 que você entre com a sua conta. Simples e ao alcance de qualquer usuário. Basta informar login e senha.

Há muito tempo a Microsoft não se superava – e surpreendia positivamente – assim. Até mesmo a Apple que sempre foi conhecida como uma empresa revolucionária, perdeu nesse quesito. O iCloud, seu conjunto de serviços na nuvem (em tempo, um bom serviço) não chega nem perto do que a Microsoft propõe para os usuários.

A Microsoft se reinventou. Isso é bom, apesar de todos os seres humanos terem problemas com mudanças e medo do novo. O Windows 8 é um novo conceito que deverá durar por algum tempo e temos que nos acostumar a ele. Daqui pra frente será assim que vamos usar os nossos computadores – não eu, é claro. Ainda continuo preferindo o OS X – mas como profissional da área não posso deixar de elogiar o novo caminho que a gigante de software desenhou para seu futuro.

Para a Microsoft desejo sucesso. Para os concorrentes, desejo sorte. Para os usuários, posso dizer que essa concorrência é boa. Estou ansioso para ver o que o futuro nos reserva de novo para as próximas gerações.

Isso tudo é claro, se os Maias estiverem errados!

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