3 de julho de 2014

Sobre o fim do Orkut

Sabem aquele momento em que você recebe uma notícia, já sabia que o fato narrado era inevitável, mas ainda assim não se sente confortável? Foi assim que recebi a extrema unção do Orkut no último dia 30. A primeira rede social de muitos brasileiros enfim subiu no telhado.

Não que o histórico do Google seja diferente: Bump e Quickoffice que o digam. O Waze até que está demorando um pouco mas duvido que dure para sempre. Mountain View tem o hábito de comprar serviços emergentes, incorporar os recursos em seus próprios produtos e sumariamente matar a empresa/serviço adquirido. Isso também acontece com serviços próprios que tornam-se impopulares, o caso do Orkut.

A rede social em questão foi um sucesso estrondoso. Lembro que os convites eram comercializados no Mercado Livre à época. Eu fui convidado por uma ex-namorada, na época ainda amiga, só para ela se aproximar de mim. E o pior foi que eu nem percebi o esquema...

Lembro de ter participado de duas ou três discussões muito produtivas sobre assuntos que estava estudando nos longínquos anos 2000. As comunidades eram um show à parte e diziam muito sobre a personalidade daqueles que participavam delas. Eu fazia parte de uma que lembro muito bem. "Sou nerd sim e serei seu chefe no futuro". Ainda não sou chefe, mas divago.

O fim do Orkut, em 30 de setembro, marcará o fim de uma era da internet brasileira. O deserto de inteligência no qual a rede se tornou contribuiu muito para isso. Sua sucessora, a Google+ ainda não decolou e o movimento de matar o Orkut não ajudará nessa questão. Todos os usuários já migraram para a rede do Markinho.

Ainda assim, sentirei saudades do Orkut. Que descanse em paz no cemitério de bits criado por Mountain View.