29 de agosto de 2009

Internet na TV

Quando o Governo decidiu pelo padrão de modulação de TV digital, uma das promessas era o acesso à internet em alta velocidade pela televisão. Estamos com dois anos de adoção do sistema japonês e nem a interatividade chegou. Imagina quanto tempo vai levar para a internet povoar os lares brasileiros…

Na quinta-feira 27/08 eu estive na SET – Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão – e participei parcialmente de um painel promovido pela Samsung, Terra e Globo.com. O nome do painel era “ TV Broadband”. Eu chamaria o painel de Internet na TV. Vou explicar: o painel, apesar de me parecer uma grande propaganda da LED TV da Samsung, mostrou que a fabricante não está disposta a esperar que o modelo brasileiro traga a internet para a tela. Em acordo firmado entre o Portal Terra e a Samsung, quem possuir um LED TV, que traz recursos de conectividade sem fio e por cabo, pode acessar conteúdos exclusivos daquele portal, através de um menu do aparelho dedicado para isso. A TV tem um menu de widgets que permite instalar vários desses micro-programinhas para ter acesso às informações que o usuário decidir. Por exemplo: quer a previsão do tempo? Instale o widget “Previsão do tempo”. Últimas notícias? a mesma coisa.

Nesse momento, a coisa parece muito simples, mas note que o Terra tem um serviço chamado Terra TV. Seria essa a oportunidade de termos vídeos via internet na tela da TV? Acredito que não. Quem pagaria R$ 5000,00 para ter uma TV de alta definição e assistir vídeos via internet em baixa qualidade? Lembrando que toda a infra-estrutura deve pré existir para que o aparelho se conecte à internet, seja uma rede sem fios ou cabeada. Nada de internet pelo sinal de TV digital.

Pode-se pagar algo como R$ 1500,00 reais e comprar um notebook mediano que faz a mesma coisa. E ainda navega em páginas, coisa que a LED TV não faz. O produto é sem dúvida muito bom e traz um recurso diferencial para os consumidores, mas eu gostaria mais de ter um disco rígido dentro dela e poder gravar meus programas para assistir depois, coisa que a LG TimeMachine Digital faz. E pelo preço que a Samsung está cobrando pela LED TV, quase compro duas TimeMachine Digital…

Penso que, a curto prazo, o futuro será a TV sendo exibida pela internet e não a TV exibindo recursos de internet. Posso estar errado, mas para quê ver a previsão do tempo ou últimas notícias na tela da TV se posso conseguir isso no celular?

E por falar em celular, onde estão os celulares com TV digital? Somente lembro de um, da Samsung! Seria a velha estratégia de “atirar para todos os lados”?

4 de agosto de 2009

O novo Windows seria realmente novo?

A Microsoft está em fase final de projeto do novo Windows 7 e a empresa afirma que o sistema operacional está no “estado da arte”.

Antes de deixar minhas impressões, gostaria de comentar o nome comercial do sistema. Há um bom tempo a Microsoft usava números para identificar a versão do Windows (e outros aplicativos) e depois mudou a identificação para o ano de lançamento. Enfim, o sucessor do Windows 3.11 foi o Windows 95, depois o Windows 98, o Windows Millennium Edition. Num determinado momento a M$ lança um tal de Windows XP. E o que significa XP? Para quem nunca pesquisou isso vai a informação: eXPerience. Seria então o Windows eXPeriência? Não exatamente. Experiência nesse caso seria a “inovadora” experiência que o usuário teria ao usar o Windows XP. De inovador o Windows XP trouxe a estabilidade ao sistema da Microsoft. Apenas isso.

O Windows Vista, que no projeto era chamado de “chifrudão” (longhorn e em tempo: longo chifre) tem um nome pouco significativo. Não consegui encontrar no idioma britânico alguma idéia que remeta à palavra vista. No idioma lusitano, parece que seria a “visão” do Windows.

Já o Windows 7, segundo a MS, traz novamente o número da versão para identificar o produto. Muito cômodo, levando em consideração que o Windows 7 seria a sétima grande atualização do sistema. O marketing da M$ diz que esta seria a versão “perfeita” do Windows, e como um amigo bem lembrou, 7 é considerado o número da perfeição. Neste caso eu não acredito em coincidências.

Agora, falando no sistema, tentei testar no meu computador uma versão beta, não lembro exatamente qual. Minha surpresa se deu quando o programa de instalação trouxe uma mensagem melancólica informando que meu notebook não possuía os requisitos mínimos para rodar o Windows 7. Um Core 2 Duo 1.66 GHz com 2 GB de RAM? Estranho. Tratava-se de um bug no instalador daquela versão.
Instalei o Windows 7 RC (release candidate – candidato a lançamento) e este sim, instalou-se categoricamente no meu computador. Os requisitos de hardware do Windows 7 são exatamente os mesmos do Windows Vista, o que me leva a acreditar que trata-se de um conjunto de melhorias para o antecessor. Ao rodar na minha humilde maquininha, percebo que além de muito parecido com o Vista, ele roda muito mais rápido, coisa que versões novas do Windows nunca fazem. Então nas melhorias reside uma otimização geral do código do sistema operacional. O Windows 7 e  o Windows Vista compartilham o mesmo núcleo, revisado no mais atual.

Para quem usa o Windows Vista a nova versão não trará grandes novidades (meu caso e novamente em tempo: muito satisfeito com o sistema, que apesar de pesado, sim devo admitir, trouxe mais estabilidade do que o XP quando usado da forma correta, com programas compatíveis com ele). Uma reforma na barra de tarefas, que ficou muito mais útil e parecida com o dock do Mac OS X, uma nova forma menos rígida e mais eficiente de atuar do UAC (User Access Control – Controle de Acesso do Usuário – recurso este que acho foi o grande vilão para a má fama do Windows Vista e que ao meu ver foi uma mudança de paradigma para o usuário comum aumentando a segurança), o fim do Windows Ultimate Extras (que foi o grande fiasco do Windows Vista Ultimate) e o ambiente Virtual XP que emula o Windows XP para rodar programas incompatíveis, mas exige que o processador da máquina tenha suporte à virtualização (no Windows Vista basta instalar o Virtual PC e depois instalar o Windows XP que fica exatamente a mesma coisa sendo que o Vista não exige um processador com suporte à virtualização).

Apesar de tratar-se de um Windows novo, me parece que foi um pouco de mais do mesmo. A tentativa aqui não é lançar um produto novo, mas esconder o “fracasso” do produto anterior. Não tão fracasso, porque o Windows Vista foi responsável por quase dobrar o lucro da M$ no último período fiscal. Ao que me parece, trata-se de uma atualização do Windows Vista que poderia ser algo como um gigantesco Windows Vista Service Pack 3.

Continuo usando o Windows 7 RC no meu notebook e posso afirmar: ele é bom. Funciona muito bem, é estável, é mais rápido que o Windows Vista. Mas quem tem o Vista rodando bem não se sentirá tentado a atualizar para o Windows 7. Acredito que esta versão será para dar o derradeiro golpe de misericórdia no Windows XP.

13 de julho de 2009

Redes sem fio: a facilidade pode virar dor de cabeça!

Amigos, quem nunca pensou em montar uma rede sem fios para se livrar daquele monte de cabos de rede passando pelos cantos dos cômodos da sua casa?

O blogueiro que aqui está não só pensou como fez. Basta um roteador wifi. Seus problemas se acabaram?

Na verdade não. Como nada na vida é simples, problemas podem ocorrer. Não estou me referindo à segurança dos dados porque isso já foi amplamente discutido na internet. Criaram criptografia de dados (WEP, WPA, WPA2) e até filtros por MAC Address para impedir a bisbilhotice alheia na sua rede. Quando digo que problemas podem ocorrer, me refiro ao espectro. As redes sem fio trabalham em faixas de frequência que "não" são reguladas pela ANATEL.

Quando compramos qualquer aparelho sem fio nacinal (ou melhor, nacionalizado) ele traz um selo da ANATEL que informa mais ou menos isso: "este aparelho não deve causar interferências em outros aparelhos e este aparelho pode sofrer interferências de outros aparelhos". Mas pensem comigo: se ele não pode causar interferência, outros também não poderiam! O problema é que existem classes de aparelhos. E os equipamentos sem fio dedicados para uso doméstico são os da classe mais baixa, isso quer dizer, podem sofrer interferência causada por aparelhos de classe mais alta e de classe baixa também!

Pode simplesmente acontecer com qualquer um de nós o seguinte fato: nossa rede sem fio ficar indisponível ou então muito lenta sem uma explicação aparente. Vou relatar uma experiência que ocorreu comigo, há uns dois meses...

Minha digníssima decidiu que queria um telefone sem fio com identificador de chamadas. Nada mau. Pesquisamos na internet e escolhemos o modelo que melhor nos atendia (e que cabia no nosso orçamento). Fomos até a loja e efetuamos a compra.

Eu cheguei em casa, instalei o bichinho, deixei carregando e fiz alguns testes para saber se tudo estava em ordem. Ótimo. Comecei a reparar, logicamente depois de algum tempo, que minha rede sem fio estava caindo com frequência. Achei que minha placa wifi do notebook estava partindo dessa para uma melhor. Qual não foi a surpresa ao receber a informação da minha esposa que sua conexão também estava caindo. Surpresa boa e ruim, porque se não era a minha placa wifi, era o roteador, recém terminada a garantia.

Depois de alguns dias de fuça-fuça, percebi que o problema somente acontecia quando usava o telefone. Foi quando o blogueiro olhou para o aparelho e nota a seguinte marca no monofone: "2,4 GHz". Para resolver o problema, troquei a rede sem fio de canal. estava usando o canal 1 (frequência mais baixa na faixa de 2,4 GHz) pelo canal 13 (quase a frequência mais alta da mesma faixa). O telefone sem fio não trazia a informação de qual canal estava usando e como minha rede usava o canal 1, fui para o mais alto que placas wifi suportavam. O grande problema que aconteceu foi que o roteador e muito menos o telefone tinham função de auto-ajuste de frequência em caso de ocupação do espectro.

Isso é muito comum. A maioria dos equipamentos simplesmente não fazem isso. Você, caro leitor, deverá ter cuidado no momento de comprar equipamentos sem fio para não ter problemas. Eu tive sorte, só isso. Mas agora não posso ter mais nada na referida faixa de frequência. E tenho que torcer para que meus vizinhos mais próximos não usem nada nessa faixa também.

E quanto àquele selinho da ANATEL? Trata-se de uma mera formalidade somente para informar aos brasileiros de que aquele aparelho entrou no país de forma oficial. Porque se fizessem testes de verdade, o meu telefone jamais teria um selo que informa a impossibilidade de causar interferência em outros equipamentos.

9 de julho de 2009

Netbooks: tendência ou moda passageira?

Durante o último ano eu presenciei um movimento bastante interessante: alguns amigos e colegas de trabalho trocaram seus notebooks por netbooks.

Para definir: segundo a Microsoft, um netbook (ou UMPC - ultra mobile PC - PC ultra móvel) é um computador móvel com tela até 10,2 polegadas, processador de baixo consumo de energia, rede wireless (wifi), autonomia de bateria superior a 3 horas e baixo custo (o que seria baixo custo para a Microsoft?). Porque usei a definição da Microsoft apesar dela mesma somente apoiar estes aparelhos muito tempo depois do surgimento? Simples: foi a única empresa que decidiu definir esses aparelhos por motivos comerciais que envolvem o licenciamento do Windows (curiosidade: o Windows XP Home Edition está saindo para os fabricantes de netbooks por 15 dólares! - só a Microsoft para ganhar dinheiro com um produto que já saiu de linha).

Num primeiro momento eu simplesmente não consegui entender como alguém com um mínimo de sanidade trocaria uma tela grande e confortável por uma pequena tela de 7 polegadas. Sem falar no ínfimo espaço em disco (na verdade não eram discos, mas SSDs - solid state disks - discos de estado sólido, ou seja, cartões de memória super nutridos) que mal dava para ter o sistema operacional instalado.

O que o ignorante blogueiro que aqui está não havia notado é que aquelas pessoas não estavam preocupadas com desempenho invejável ou com a possibilidade de ter toda a áudioteca do Michael Jackson junto de si. Estas pessoas estavam interessadas em ter um meio de acessar a internet, de forma realmente móvel, coisa que os telefones celulares ainda não conseguiram fazer de forma satisfatória. E esses bichinhos tem uma duração de bateria invejável. Ficar cinco horas conectado à internet - sem fios - é uma proeza!

Hoje temos modelos muito bons, quase comparáveis à notebooks normais. Processadores "potentes", telas de 10 polegadas, discos (agora sim, convencionais) de 120 GB pra lá. Bateria com boa autonomia (alguns desses pequenos notáveis chegam a 4 horas, como o Positivo Mobo White) que nos fazem pensar até em aposentar os notebooks. O tamanho e a forma de fabricação ultra compacta não permite colocar um leitor de DVD nesses brinquedos, uma pena pelo menos por enquanto. Mas nada que um drive USB externo não resolva.

Eu, depois de me despir da ignorância inicial, até comprei um, para uso profissional quando fora de casa. Achei que seria uma maquininha quebra galho por causa da baixa performance. Quando liguei o meu pela primeira vez percebi que de baixa a performance não tinha nada. Ainda estou tentando entender como o meu netbook, com processador Intel Atom de 1,6GHz consegue carregar o Windows XP tão rápido quanto o meu notebook, um Core 2 Duo (que tem 2GB de RAM - o dobro de RAM que o netbook - e com HD de 7200 RPM - o do netbook é de 5400 RPM). Não pretendo filosofar sobre o fato. O que pretendo dizer é que o netbook acabou transformando-se no meu PC principal. Somente uso o notebook quando preciso ler ou gravar mídias óticas e para ver fotos (coisa que na tela de 10 polegadas no netbook fica desconfortável).

Lembram da pergunta título do post? Minha humilde resposta é: tendência. O leitor deve estar se perguntando: na opinião do blogueiro, pra que serve um notebook então? Eu acredito que a tendência é do notebook substituir o desktop. Notebooks consomem menos energia, ocupam menos espaço, não irão sofrer com quedas de energia devido a ter uma bateria que o sustentará por aproximadamente 2 horas, estão com preços compatíveis a desktops e devido à sua popularização já é possível encontrar vários tipos de acessórios no formato Express Card. Eu acredito que os desktops irão ocupar apenas o espaço profissional, aqueles que precisam realmente de um hardware muito específico, que exija uma montagem personalizada.

Mudança no formato dos Feeds

Amigos,

Como irei voltar a postar com frequência, andei pensando como iria tratar os feeds. Pensei em desabilitar o recurso, mas isso seria radical demais. Também não dava pra deixar o post completo nos feeds... assim ninguém visitaria a página. Decidi então deixar apenas uma sinopse do post nos feeds.

Acho que todos concordam que visitas em um blog é como torcida em jogo de futebol: só tem graça se comparecer!

Para assinar o feed do "Tecnologia dia-a-dia" basta colocar o endereço http://tecnologiadiaadia.blogspot.com/feeds/posts/default?alt=rss no seu leitor de feeds.

Longo tempo de descanço... e um esboço de retorno

Há quanto tempo!

E bota muito tempo...

Mais de dois anos. Olha que assunto nesse período não faltou. O que faltou foi dedicação e tempo (tá bom, tempo não faltou tanto assim). Muita coisa mudou nesse período. A faculdade quase acabada (mas trancada), um casamento (não tão casamento, mas como dizem por aí "amigado em fé casado é"), novo endereço...

Tenho que admitir: rolou bastante preguiça. Às vezes eu até poderia "blogar" mas a prática do ócio não deixava mover os dedos sobre o teclado, transcrevendo as idéias que brotavam no meu cérebro. Este último, pelo menos, é o único componente do meu corpo que não deixou de trabalhar durante todo esse tempo. Ainda bem.

Com alguns quilos a mais e menos prática de digitação do que antes, deitado na rede da minha varanda, percebi que tinha tudo o que precisava para recomeçar a blogar. Foi só ligar o notebook e começar a escrever.

Pensei em escrever sobre uma nova (em tempo: não tão nova assim) tendência que veio: netbooks. Desisti. Acho que o leitor merecia um texto de "bem-vindo denovo".

Ainda continuo com a premissa de tentar trazer assuntos ligados à tecnologia. Pretendo não me ater unicamente a eles, mas sempre que possível dar uma passada ou associar um assunto com a área de tecnologia.

Peço desculpas pela demora para voltar. Mas nunca é tarde para recomeçar.

Abraços e até logo (logo mesmo!)

22 de abril de 2007

Atendendo a pedidos 1 - Feeds

O leitor Carlos Zev do Nas Linhas, deixou um comentário solicitando um post sobre Feeds. Então este será o assunto do post "Atendendo a pedidos 1", uma série de posts falando sobre pedidos dos visitantes.

Os Feeds são pura e simplesmente listas que contém as atualizações de um determinado site. Vamos tomar por exemplo o "Tecnologia dia-a-dia". O Feed do "Tecnologia dia a dia" traz as atualizações que faço no site. Assim o usuário não precisa visitar o site para verificar se há atualizações. No seu leitor de Feeds haverá um aviso que o site teve seu conteúdo atualizado e exibirá para o usuário as atualizações.

Existem diversas formas de exibição dos Feeds. Estes podem trazer apenas os assuntos das atualizações, podem trazer uma sinopse ou mesmo o assunto na íntegra. No caso desse blog aqui você receberá todo o post. Os comentários por sua vez exigem a visita ao blog.

Os Feeds também podem ser usados para distribuir conteúdo de áudio para que você possa ouvir no seu computador ou MP3 Player. A esse tipo especial de Feed damos o nome de Podcast.

Exemplos de leitores de Feeds são o Windows Internet Explorer 7, o Mozilla Firefox, o Mozilla Thunderbird e o Google Reader somente para citar alguns.

Existem vários formatos de Feeds, mas dois acabam se destacando mais por serem mais usados. O formato RSS (Really Simple Syndication - agregação realmente simples - se meu inglês não estiver me traindo) que é uma variante da linguagem XML e o ATOM (não é uma sigla) que, apesar de também ser baseado em liguagem XML é muito mais sofisticado pois trata-se de um aprimoramento do RSS.

Então agora que está explicado o que são Feeds, não deixe de comentar se o "Atendendo a pedidos" atingiu sua meta de trazer, de forma simplificada, informações sobre os pedidos dos leitores.

18 de abril de 2007

TV de alta definição a caminho

Amigos, antes de falar em TV de alta definição, precisamos primeiro definir o que é TV de definição padrão. TV de definição padrão é o que temos hoje na nossa casa. Um sinal de TV de definição padrão pode ter resoluções de 525 linhas (NTSC) ou 625 linhas (PAL). No caso do Brasil o PAL-M traz particularidades como resolução de 525 linhas e trabalha com 30 quadros por segundo.

Este sinal de TV, hoje, passou a ser definido como SDTV (Standard Definition TeleVision) por se tratar de definição padrão. Já a alta definição é chamada de HDTV (High Definition TeleVision).

Para falar de HDTV temos que falar de TV Digital. A TV Digital tem por objetivo substituir o sinal analógico por um sinal em que se possa codificar bits. A explicação sobre esses bits fica para um post futuro, pois na verdade precisa ser tratada com muito mais atenção.

Um canal de TV Digital pode comportar um sinal de HDTV ou vários de SDTV (a quantidade de sinais SDTV vai ser ditada pela compressão utilizada). Isso quer dizer que o sinal digital não é obrigatoriamente de alta definição.

O número de linhas de resolução do HDTV pode variar. Sinais 720P (720 linhas com atualização progressiva - Progressive) já são considerados HDTV. Podemos ter sinais 1080i (1080 linhas com atualização entrelaçada - Interlaced) e 1080P (1080 linhas com atualização progressiva - Progressive). Sinais entrelaçados atualizam linhas pares em um momento e linhas ímpares no momento seguinte. Sinais progressivos atualizam todas as linhas em um único momento, aumentando a "fluidez" desse vídeo.

O que você, amigo leitor, deve estar perguntando é: "O que este post tem de ligação com o que fala sobre discos de alta definição? A resposta é simples: Tudo.

Como você poderia tirar proveito de tudo o que aqueles disquinhos oferecem em termos de qualidade de imagem? Usando uma TV que suportasse esses recursos de vídeos HDTV. E como o Brasil definiu seu padrão de modulação digital, esses televisores já começam a inundar as prateleiras dos grandes varejistas. É nesse ponto que nós, meros consumidores, temos que nos atentar.

Apesar dos televisores suportarem esta chamada "alta definição", o que temos hoje são televisores que suportam sinais HDTV através de suas entradas de vídeo (aquelas que ficam na traseira do aparelho) mas que não podem receber sinais de TV digital. Isso porque eles não têm o sintonizador digital, o que obrigará ao usuário dessas maravilhas a comprar aquele setup box (a caixinha que lembra os conversores de UHF). Eu acredito que televisores com sintonizador digital só chegarão ao mercado quando a transmissão digital começar oficialmente.

O investimento em uma TV compatível com HDTV mas que em suma só funciona com sinais HDTV se a fonte do sinal for um player de HD-DVD, Blu-Ray, um console PlayStation 3 ou Xbox 360 é inexplicável. E quando o sinal de TV Digital for realidade? Compra-se o setup box (que ninguém garante que terá uma saída com vídeo HDTV - o garantido é que converterá o sinal digital em analógico SDTV) e pronto?

Na minha humilde opinião, televisores HDTV somente serão uma boa escolha quando já estiverem com o sintonizador de TV Digital integrado. Assim será um aparelho a menos (e um controle remoto a menos!). Quem sabe até lá o preço desses televisores não cai?

Nos comentários os leitores poderão dizer o que acham sobre essa evolução e se pretendem comprar televisores compatíveis com HDTV.

15 de abril de 2007

Discos de alta definição: guerra entre HD-DVD e Blu-Ray. Quem vence?

Estava conversando com um amigo no trabalho sobre qual seria a tendência para discos de alta definição. Na verdade, ainda não existe como descrever uma tendência. Os dois tipos de discos são defendidos por grandes empresas de eletrônicos, ambas japonesas. O HD-DVD criado pela Toshiba e o Blu-Ray criado pela Sony estão apenas engatinhando no mercado.

O HD-DVD tem apresentado um menor custo para o usuário. Tem discos que podem armazenar 15 GB de dados por camada (discos dessa tecnologia podem ter duas camadas - já se fala em discos com mais camadas) e usa tecnologia de laser vermelho. Chegou primeiro no mercado, o que pode lhe dar certa vantagem, mas isso não é muito.

O Blu-Ray, bem mais caro que o rival, é mais parrudinho na sua capacidade de armazenamento. Ele pode guardar 25 GB de dados por camada (todos os disquinhos dessa tecnologia usam duas camadas no mínimo) e usa tecnologia de laser azul. Essa tecnologia de laser, que contém ondas mais curtas, permite um feixe mais fino aumentando assim a capacidade dos discos porque pode diminuir o tamanho das suas trilhas.

Já pude presenciar discussões acaloradas sobre o tema. Há quem diga que o custo será o diferencial. Outros ainda acham que a capacidade de armazenamento poderá definir o impasse. Podemos ainda dizer que o suporte das empresas criadoras e seu marketing podem ser cruciais. Eu tenho minhas dúvidas quanto a todos os argumentos.

Alguém lembra da guerra entre os formatos VHS e Betamax na década de 80? O VHS era muito inferior ao Betamax, mas acabou se tornando o formato padrão da indústria de "home entertainment". Pode-se dizer que o VHS venceu porque era mais barato? Sendo sincero, acredito que o que definiu o padrão foi o fato de todos os estúdios cinematográficos e fabricantes de eletrônicos da época terem adotado o VHS. Somente a Sony, com sua megalomania, apostou no Betamax. Saiu perdendo.

Hoje o cenário é muito diferente. Temos um grupo de empresas apostando em cada formato. Fica difícil saber qual escolher para colocar na sala de casa. A Samsung saiu na frente com um modelo de player capaz de reproduzir os dois formatos. Grande sacada. Assim o usuário não precisa ter medo ao comprar um player de um padrão e o outro sair vitorioso.

Mas esse impasse pode começar a caminhar para uma definição, mesmo que o fim da guerra ainda esteja longe. Desde o lançamento do Blu-Ray, que chegou depois do HD-DVD no mercado, as vendas de filmes nessa tecnologia sempre foram inferiores do que as vendas do rival. Isso até o lançamento do PlayStation 3. Engraçado como um console de videogame poderia aquecer a venda de filmes em Blu-Ray.

O PS3 usa tecnologia Blu-Ray em seus jogos. Isso quer dizer que o PS3 é um player de Blu-Ray. Os players convencionais de HD-DVD e Blu-Ray custam em média US$ 800. Um PS3 na sua versão topo de linha custa US$ 599 e além de uma estação de jogos é um player de Blu-Ray com recursos avançados, que os modelos mais baratos de players não têm. O que aconteceu foi que, após o lançamento do PS3, a venda de filmes em Blu-Ray ultrapassou a de filmes em HD-DVD.

Nós sabemos que isso não é uma definição, mas pode ser o começo. Tanto que a Toshiba, em conjunto com a Microsoft, criou um drive de HD-DVD para o Xbox 360, acreditando que a base instalada de usuários desse console pode ser potencial comprador de filmes em HD-DVD, assim como os usuários de PS3 são consumidores de filmes em Blu-Ray.

Quem diria que os brinquedos dos seus filhos (e de alguns grandinhos como eu também) poderiam ser pontos chave na disputa do novo formato?

Algumas pessoas me perguntam sobre que formato tem mais chances. A resposta é rápida: nenhum deles. Ambas as tecnologias tem seus prós e contras. Somente o tempo e a competência das empresas envolvidas podem definir a batalha.

Amigos leitores, deixem nos comentários que tipo de mídia de alta definição vocês preferem. Quem sabe uma "enquete" nos ajuda a decidir?

No próximo post pretendo falar sobre TV de alta definição, um assunto bastante relacionado com este. Até lá.

PS: Estive pensando sobre uma periodicidade para os posts. Tentarei fazê-los duas vezes por semana, nas madrugadas de quarta e de sábado, os dois dias que tenho mais tempo para escrever.

12 de abril de 2007

Produto revolucionário?

Alguns podem achar que o iPhone (telefone celular da Apple e considerado a reinvenção do iPod) será o desejo de 10 entre 10 usuários de iPods. Relmente impressiona as especificações do aparelhinho: Tela de 3,5 polegadas em formato wide screen, 4GB de armazenamento na versão básica, uma interface sem teclas acinada pelos dedos do usuário, bluetooth 2.0, wi-fi 802.11 b/g e o Mac OS X como sistema operacional, sem falar que ele é Quad-Band GSM e suporta EDGE. Mas tudo isso terá futuro mesmo?

Sou usuário de um maravilhoso iPod mini, daqueles de 4GB "pré-histórico". Estou satisfeito com ele. Afirmar que isto será o diferencial para comprar um iPhone é, no mínimo, insano. Amigo leitor, você pagaria US$ 499,00 por um celular-PDA-iPod na versão básica? (quem pretende responder pode fazer nos comentários).

Não vamos dicutir se o produto é bom ou não. Com certeza ele é. Mas sendo crítico, temos smartphones concorrentes com recursos semelhantes muito mais baratos. Basta olhar no site da Nokia para ver que ela não faz feio. E trata-se de Nokia.

Sinceramente, apesar da competência do Steve Jobs e da sua Apple inc., um smartphone que tem um sistema operacional "novo" pode não fazer sucesso. Até agora nenhuma produtora de software garantiu que converterá seus aplicativos já consagrados em outras plataformas como Windows Mobile, Symbian, Palm OS ou Linux para o Max OS X do iPhone. E o anúncio do lançamento foi em Janeiro...

Eu acredito que um smartphone que somente tem como aplicativos os padrões (navegador, contatos, tarefas, calendário, agenda e a aplicação não tão padrão chamada sugestivamente de iPod - para ouvir músicas e assistir vídeos) não vai muito longe. Existem opções de smartphones mais baratos com esses mesmos recursos.

Há neste post apenas um porém: estamos falando da Apple. E tudo o que vem dessa empresa causa furor no mercado. Quem imaginaria que o iPod seria o poduto mais bem sucedido da história dessa empresa? Portanto tudo pode acontecer.

Quero deixar claro que não sou contra a Apple muito menos contra o iPhone. Desejo o sucesso do produto. Somente quero registrar aqui que não vejo uma aplicação que o classifique como sucessor do celular (devido ao seu tamanho), como sucessor dos PDAs (devido à falta de programas) e até mesmo como sucessor do iPod.

Será um produto de sucesso?

Como diria minha santa mãe: "O futuro a Deus pertence. Quem viver verá."