9 de janeiro de 2010

A HP é racista?

Antes de começar a escrever sobre o assunto quero deixar claro que sou contra qualquer tipo de preconceito, seja ele racial, religioso, sexual ou qualquer outro que se pense.
Deu pra perceber que o assunto é delicado. Primeiro temos que admitir uma coisa: dizer que alguém (ou uma empresa) é racista é uma acusação grave. Para começar, em alguns países preconceito racial é crime. No caso de uma empresa, deixar de vender para um determinado grupo étnico é, no mínimo, um erro comercial.
Surgiu na internet a algumas semanas um vídeo de um consumidor da HP que demonstrava que a sua webcam com sistema de reconhecimento facial não funcionava com pessoas negras. Prova irrefutável. Vamos ao vídeo:

Mas "péra" lá. Uma coisa me chamou a atenção. Mas antes de explicar o que me motivou a escrever este post (e quero deixar bem claro que não vou defender a HP) tenho que passar uma informação técnica pouco divulgada.
Todo sistema de biometria (ou seja, que usa partes do corpo humano para introduzir dados ao computador) tem falhas. Qualquer um que já usou o IBM ViaVoice já teve vontade de jogar o microfone pela janela. Quem nunca teve problemas com a máquina que faz a leitura das impressões digitais no DETRAN? Reconhecer voz, assim como ler as impressões digitais é muito difícil porque cada um tem um timbre de voz e as impressões não se repetem. Quem achou que o reconhecimento facial seria fácil?
O reconhecimento facial pode ser feito de várias formas. E quando eu digo várias são várias mesmo. A HP optou por uma forma menos difícil (se é que posso escrever desta forma): o reconhecimento dos contrastes do rosto para identificar os olhos, o nariz e a boca. Simples assim. Mas existe um ponto crítico: a iluminação ambiente.
Todos vocês podem notar no vídeo que a iluminação não é adequada. Para mostrar isso basta perceber que a luz vem por trás das pessoas quando o correto seria vir pela frente, ou seja, o foco de luz deveria estar atrás da câmera e não na frente dela (no caso a luz está no teto e a câmera está apontada para lá). Isso faz com que os rostos fiquem mais escurecidos. No caso do nosso amigo, sua pele já é escura por natureza e a luz ambiente não ajuda. Quando a sua amiga de pele branca aparece, a câmera não tem dificuldades em captar sua imagem. Lembrando que o fato do vídeo ter boa nitidez não é garantia de boa imagem, uma vez que o nosso monitor do computador(onde estamos vendo esse vídeo) pode estar ajustado de forma errada, nos dando a impressão do vídeo estar bom quando na verdade não está.
Imaginem a situação contrária: uma luz muito forte nos rostos das duas pessoas. Imaginou? Agora responda: qual seria o resultado? Não fiz o teste, quem puder o faça mas posso prever que o resultado seria exatamente o contrário, com a câmera reconhecendo o rosto do rapaz e deixando de reconhecer o rosto de sua amiga. Isso se deve ao fato de os contrastes no rosto dela sumirem caso a luz seja forte demais no seu rosto. Levando em consideração que por mais cara que seja a câmera da HP, ela é um acessório de um notebook que deve ter baixo custo e isto quer dizer que o sensor de luz dela não é dos melhores.
Agora pergunto: seria então a câmera da HP racista de acordo com a condição de iluminação? Simplesmente não. O que aconteceu foi uma limitação quanto à tecnologia usada. O erro da HP está em não divulgar informações básicas sobre como iluminar corretamente o rosto para que a câmera sempre funcione. Tenho certeza que o engenheiro responsável nunca mais vai esquecer de divulgar informações importantes para os usuários.
O problema todo é que, uma vez divulgado o vídeo, algum jornalista sensacionalista deve ter pensado “isto dá uma boa matéria dizendo que a HP é racista” e tascou mão em sua caneta. Apesar da HP se pronunciar dizendo que é uma limitação e que está estudando como resolver este problema, sua imagem já foi arranhada.
Tudo isto mostra que, apesar de todos os avanços, a tecnologia ainda tem muito a progredir. E os seres humanos também…

3 de novembro de 2009

Onde estão as versões de atualização do Windows 7?

Alguém por aí notou que a Microsoft não liberou versões de atualização do seu novo Windows?
Estranho. Uma mudança de política no lançamento do mais aguardado sistema operacional desde o Windows XP. Os preços estão mais baixos, sim devo admitir. Mas pagar R$689,00 pela versão mais completa (Ultimate) do Windows 7 é um absurdo. Ainda mais pra quem pagou isso pelo Vista Ultimate atualização…
Segundo a Microsoft a redução no preço do Windows 7 completo o deixa com custo para o cliente igual ao do Windows Vista de atualização. Realmente. Os preços cobrados hoje são os mesmos das respectivas versões do Vista atualização na época do lançamento.
Mas qual o objetivo de retirar o incentivo ao upgrade do cliente que já tem uma versão anterior do Windows? A explicação é técnica: a versão de atualização e a versão completa de todos os sistemas anteriores eram idênticas. O único porém era que para usar uma atualização você deveria ter no seu computador a (ou a mídia física da) versão anterior para uma verificação. Isso é provado pelo fato de se poder fazer uma instalação limpa (sem salvar as configurações e programas) a partir de um disco de atualização. Nas versões até o XP nem era necessáro ter o sistema instalado no disco rígido. Já no Vista é possível fazer uma instalação limpa, mas o Windows anterior deve estar no disco apenas para ser colocado em uma pasta windows.old e ficar ocupando vários gigabytes inutilmente. A pasta pode até ser apagada…
Se tecnicamente ambas as versões são idênticas, financeiramente o cenário muda muito. Se eu (podem bater, xingar, apontar o dedo na minha cara e chamar de idiota) que comprei o Windows Vista Ultimate, porque não tenho direito àquele descontinho no Windows 7 Ultimate? E olha que os descontos da MS costumam ser bons!
Questionada sobre as versões de upgrade, a MS apenas anunciou que “não fazem sentido diante da nova política de preços” e que “estudaria o caso do lançamento em mercados emergentes somente para janeiro ou fevereiro do ano que vem”. Estaria o Brasil incluído?
Quem me conhece pessoalmente sabe que sou contra a pirataria. Eu defendo o software livre para quem não pode pagar R$ 399,00 pelo Windows 7 home premium. Não que o software livre seja uma opção “à margem”, muito pelo contrário. Não usar o software da MS devido ao preço é uma boa forma de protestar e de formar profissionais diferenciados na área de TI. Hoje todo mundo sabe usar Windows, mas poucos conhecem Linux ou Solaris… mas este não é o foco deste post!
O que importa é: até onde a MS está correta em não oferecer desconto para quem comprou o Windows Vista? A resposta vai depender da argumentação e do ponto de vista. Se o Windows Vista foi um tipo de protótipo para testar as tecnologias e preparar o mercado para o Windows 7 quem comprou o Vista deveria ganhar o Windows 7. Se o Windows 7 veio para melhorar a usabilidade e aumentar a segurança do seu computador, que se conceda um desconto. Mas se o Windows 7 é revolucionário e se dentro de alguns meses ninguém mais vai conseguir usar qualquer outra verão do Windows… bom… isso não vai acontecer portanto não preciso mais comentar.

16 de outubro de 2009

Atualize seu navegador

Eu estava fuçando a internet hoje atrás de um novo liquidificador. E como em quaquer pesquisa na internet nós podemos achar alguma coisa que nos interessa e tudo o que não nos interessa. Apesar de procurar o eletrodoméstico da linha branca (e aproveitar a isenção do IPI) eu também acabei encontrando, sabe-se lá papai do céu como, um site que acabou virando motivo de postagem do blogueiro aqui.
Trata-se do site do movimento Atualize seu browser. É um movimento de um grupo de pessoas que estão preocupadas com a segurança do tráfego de dados pela internet. Não só segurança também. A evolução das tecnologias web dependem dos navegadores atuais, com suporte a tecnologias de programação novas. Isso pode diminuir o tempo e o custo com o desenvolvimento de um site, que não precisaria ser adaptado para navegadores antigos caso os usuários usassem sempre versões atuais dos navegadores.
Basta olhar os númeors para se ter uma idéia de quanto o cenário é complicado. Em setembro desse ano, pelo menos 12% dos computadores ainda tinham o Internet Explorer 6 em uso. O IE6 foi liberado em 2001! E o Internet Explorer é um navegador gratuito, basta baixar e instalar…
Tudo bem que o Internet Explorer 8 (a versão mais atual) somente roda em Windows XP, Vista ou 7 e que o sistema deve ser atestado como original para funcionar. Mas usar o Windows 2000 ou inferiores também expõe seu computador a falhas de segurança que não serão corrigidas porque o suporte a esses sistemas ja foi encerrado.
Uma das alternativas ao Internet Explorer é o Mozilla Firefox. Ele é tão fácil de usar quanto o IE e tem vários complementos disponíveis para aumentar as suas funcionalidades e também é gratuito.
Outros navegadores também podem ser usados como o Apple Safari, o Google Chrome e o Opera. O importante é sempre ter a versão mais atual do seu navegador web para se proteger e ter acesso às novas funcionalidades que a Internet pode trazer!

12 de setembro de 2009

Project Natal: o desafio real para o Wii e a possibilidade de inclusão digital

A Nintendo que se cuide: vem aí o acessório para Xbox 360 que promete aposentar o controle de video-game, seja ele qual for. Os sensores de movimento do Wii foram uma revolução na forma de interagir com um console de jogos, mas ainda assim eram necessários controles, especiais é claro, mas controles.

De tudo o que a Nintendo prometeu no seu Wii quase metade foi cumprido. Digo metade porque para chegar até a experiência máxima foi necessário lançar um “add-on” (o Wiimotion) para o Wiimote ter mais precisão. Agora imagine que o seu corpo é o controle do video-game e que este é capaz de reconher não só os movimentos, mas o seu rosto e sua voz e ainda pode tirar fotos suas e de objetos e utilizá-las nos seus jogos. Impossível? Então assista ao vídeo abaixo e depois continue lendo.


Como vocês puderam ver, a família interage com o console sem usar nenhum tipo de controle. Reparem que o acessório reconhece cada pessoa e funciona com os movimentos independentes. Achei também muito interessante as fotos que o aparelho tirou do skate do rapaz. O reconhecimento de voz é um recurso muito bem-vindo e a interpretação de gestos é algo surreal.

Agora vamos pensar: todos os acessórios do Xbox 360 são compatíveis com PCs rodando Windows Vista e Windows 7. Imagine as possibilidades além do entretenimento: inclusão digital de pessoas que portam qualquer tipo de deficiência.

Uma pessoa tetraplégica poderia usar esse acessório e operar o computador por voz e estudar por exemplo. As possibilidades são infinitas. Se tudo o que o vídeo mostra for verdade, qualquer um pode acessar qualquer computador. Pode-se criar facilidades como cadeiras de rodas inteligentes, guiadas por GPS e comando de voz. O usuário pode dizer algo como “leve-me para a rua X, número Y” e a cadeira, equipada com GPS se localiza e inicia sua jornada para o destino. Com comandos de voz o usuário poderia pedir para a cadeira parar diante de um obstáculo ou para esperar o sinal para atravessar a rua.

Em hospitais, pode-se criar enfermeiros robôs que atenderiam as necessidades dos pacientes e dos médicos durante uma cirurgia ou internação. Com o sensor de movimento e reconhecimento facial, o ajudante virtual pode saber o que o médico está fazendo e interagir com ele.

Vendo esse vídeo, chego à conclusão que o acessório tem tudo para desbancar a Nintendo com seu (na minha opinião) fraco Wii e ainda revolucionar o mundo, melhorando a qualidade de vida das pessoas que necessitam de acessibilidade diferenciada.

29 de agosto de 2009

Internet na TV

Quando o Governo decidiu pelo padrão de modulação de TV digital, uma das promessas era o acesso à internet em alta velocidade pela televisão. Estamos com dois anos de adoção do sistema japonês e nem a interatividade chegou. Imagina quanto tempo vai levar para a internet povoar os lares brasileiros…

Na quinta-feira 27/08 eu estive na SET – Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão – e participei parcialmente de um painel promovido pela Samsung, Terra e Globo.com. O nome do painel era “ TV Broadband”. Eu chamaria o painel de Internet na TV. Vou explicar: o painel, apesar de me parecer uma grande propaganda da LED TV da Samsung, mostrou que a fabricante não está disposta a esperar que o modelo brasileiro traga a internet para a tela. Em acordo firmado entre o Portal Terra e a Samsung, quem possuir um LED TV, que traz recursos de conectividade sem fio e por cabo, pode acessar conteúdos exclusivos daquele portal, através de um menu do aparelho dedicado para isso. A TV tem um menu de widgets que permite instalar vários desses micro-programinhas para ter acesso às informações que o usuário decidir. Por exemplo: quer a previsão do tempo? Instale o widget “Previsão do tempo”. Últimas notícias? a mesma coisa.

Nesse momento, a coisa parece muito simples, mas note que o Terra tem um serviço chamado Terra TV. Seria essa a oportunidade de termos vídeos via internet na tela da TV? Acredito que não. Quem pagaria R$ 5000,00 para ter uma TV de alta definição e assistir vídeos via internet em baixa qualidade? Lembrando que toda a infra-estrutura deve pré existir para que o aparelho se conecte à internet, seja uma rede sem fios ou cabeada. Nada de internet pelo sinal de TV digital.

Pode-se pagar algo como R$ 1500,00 reais e comprar um notebook mediano que faz a mesma coisa. E ainda navega em páginas, coisa que a LED TV não faz. O produto é sem dúvida muito bom e traz um recurso diferencial para os consumidores, mas eu gostaria mais de ter um disco rígido dentro dela e poder gravar meus programas para assistir depois, coisa que a LG TimeMachine Digital faz. E pelo preço que a Samsung está cobrando pela LED TV, quase compro duas TimeMachine Digital…

Penso que, a curto prazo, o futuro será a TV sendo exibida pela internet e não a TV exibindo recursos de internet. Posso estar errado, mas para quê ver a previsão do tempo ou últimas notícias na tela da TV se posso conseguir isso no celular?

E por falar em celular, onde estão os celulares com TV digital? Somente lembro de um, da Samsung! Seria a velha estratégia de “atirar para todos os lados”?

4 de agosto de 2009

O novo Windows seria realmente novo?

A Microsoft está em fase final de projeto do novo Windows 7 e a empresa afirma que o sistema operacional está no “estado da arte”.

Antes de deixar minhas impressões, gostaria de comentar o nome comercial do sistema. Há um bom tempo a Microsoft usava números para identificar a versão do Windows (e outros aplicativos) e depois mudou a identificação para o ano de lançamento. Enfim, o sucessor do Windows 3.11 foi o Windows 95, depois o Windows 98, o Windows Millennium Edition. Num determinado momento a M$ lança um tal de Windows XP. E o que significa XP? Para quem nunca pesquisou isso vai a informação: eXPerience. Seria então o Windows eXPeriência? Não exatamente. Experiência nesse caso seria a “inovadora” experiência que o usuário teria ao usar o Windows XP. De inovador o Windows XP trouxe a estabilidade ao sistema da Microsoft. Apenas isso.

O Windows Vista, que no projeto era chamado de “chifrudão” (longhorn e em tempo: longo chifre) tem um nome pouco significativo. Não consegui encontrar no idioma britânico alguma idéia que remeta à palavra vista. No idioma lusitano, parece que seria a “visão” do Windows.

Já o Windows 7, segundo a MS, traz novamente o número da versão para identificar o produto. Muito cômodo, levando em consideração que o Windows 7 seria a sétima grande atualização do sistema. O marketing da M$ diz que esta seria a versão “perfeita” do Windows, e como um amigo bem lembrou, 7 é considerado o número da perfeição. Neste caso eu não acredito em coincidências.

Agora, falando no sistema, tentei testar no meu computador uma versão beta, não lembro exatamente qual. Minha surpresa se deu quando o programa de instalação trouxe uma mensagem melancólica informando que meu notebook não possuía os requisitos mínimos para rodar o Windows 7. Um Core 2 Duo 1.66 GHz com 2 GB de RAM? Estranho. Tratava-se de um bug no instalador daquela versão.
Instalei o Windows 7 RC (release candidate – candidato a lançamento) e este sim, instalou-se categoricamente no meu computador. Os requisitos de hardware do Windows 7 são exatamente os mesmos do Windows Vista, o que me leva a acreditar que trata-se de um conjunto de melhorias para o antecessor. Ao rodar na minha humilde maquininha, percebo que além de muito parecido com o Vista, ele roda muito mais rápido, coisa que versões novas do Windows nunca fazem. Então nas melhorias reside uma otimização geral do código do sistema operacional. O Windows 7 e  o Windows Vista compartilham o mesmo núcleo, revisado no mais atual.

Para quem usa o Windows Vista a nova versão não trará grandes novidades (meu caso e novamente em tempo: muito satisfeito com o sistema, que apesar de pesado, sim devo admitir, trouxe mais estabilidade do que o XP quando usado da forma correta, com programas compatíveis com ele). Uma reforma na barra de tarefas, que ficou muito mais útil e parecida com o dock do Mac OS X, uma nova forma menos rígida e mais eficiente de atuar do UAC (User Access Control – Controle de Acesso do Usuário – recurso este que acho foi o grande vilão para a má fama do Windows Vista e que ao meu ver foi uma mudança de paradigma para o usuário comum aumentando a segurança), o fim do Windows Ultimate Extras (que foi o grande fiasco do Windows Vista Ultimate) e o ambiente Virtual XP que emula o Windows XP para rodar programas incompatíveis, mas exige que o processador da máquina tenha suporte à virtualização (no Windows Vista basta instalar o Virtual PC e depois instalar o Windows XP que fica exatamente a mesma coisa sendo que o Vista não exige um processador com suporte à virtualização).

Apesar de tratar-se de um Windows novo, me parece que foi um pouco de mais do mesmo. A tentativa aqui não é lançar um produto novo, mas esconder o “fracasso” do produto anterior. Não tão fracasso, porque o Windows Vista foi responsável por quase dobrar o lucro da M$ no último período fiscal. Ao que me parece, trata-se de uma atualização do Windows Vista que poderia ser algo como um gigantesco Windows Vista Service Pack 3.

Continuo usando o Windows 7 RC no meu notebook e posso afirmar: ele é bom. Funciona muito bem, é estável, é mais rápido que o Windows Vista. Mas quem tem o Vista rodando bem não se sentirá tentado a atualizar para o Windows 7. Acredito que esta versão será para dar o derradeiro golpe de misericórdia no Windows XP.

13 de julho de 2009

Redes sem fio: a facilidade pode virar dor de cabeça!

Amigos, quem nunca pensou em montar uma rede sem fios para se livrar daquele monte de cabos de rede passando pelos cantos dos cômodos da sua casa?

O blogueiro que aqui está não só pensou como fez. Basta um roteador wifi. Seus problemas se acabaram?

Na verdade não. Como nada na vida é simples, problemas podem ocorrer. Não estou me referindo à segurança dos dados porque isso já foi amplamente discutido na internet. Criaram criptografia de dados (WEP, WPA, WPA2) e até filtros por MAC Address para impedir a bisbilhotice alheia na sua rede. Quando digo que problemas podem ocorrer, me refiro ao espectro. As redes sem fio trabalham em faixas de frequência que "não" são reguladas pela ANATEL.

Quando compramos qualquer aparelho sem fio nacinal (ou melhor, nacionalizado) ele traz um selo da ANATEL que informa mais ou menos isso: "este aparelho não deve causar interferências em outros aparelhos e este aparelho pode sofrer interferências de outros aparelhos". Mas pensem comigo: se ele não pode causar interferência, outros também não poderiam! O problema é que existem classes de aparelhos. E os equipamentos sem fio dedicados para uso doméstico são os da classe mais baixa, isso quer dizer, podem sofrer interferência causada por aparelhos de classe mais alta e de classe baixa também!

Pode simplesmente acontecer com qualquer um de nós o seguinte fato: nossa rede sem fio ficar indisponível ou então muito lenta sem uma explicação aparente. Vou relatar uma experiência que ocorreu comigo, há uns dois meses...

Minha digníssima decidiu que queria um telefone sem fio com identificador de chamadas. Nada mau. Pesquisamos na internet e escolhemos o modelo que melhor nos atendia (e que cabia no nosso orçamento). Fomos até a loja e efetuamos a compra.

Eu cheguei em casa, instalei o bichinho, deixei carregando e fiz alguns testes para saber se tudo estava em ordem. Ótimo. Comecei a reparar, logicamente depois de algum tempo, que minha rede sem fio estava caindo com frequência. Achei que minha placa wifi do notebook estava partindo dessa para uma melhor. Qual não foi a surpresa ao receber a informação da minha esposa que sua conexão também estava caindo. Surpresa boa e ruim, porque se não era a minha placa wifi, era o roteador, recém terminada a garantia.

Depois de alguns dias de fuça-fuça, percebi que o problema somente acontecia quando usava o telefone. Foi quando o blogueiro olhou para o aparelho e nota a seguinte marca no monofone: "2,4 GHz". Para resolver o problema, troquei a rede sem fio de canal. estava usando o canal 1 (frequência mais baixa na faixa de 2,4 GHz) pelo canal 13 (quase a frequência mais alta da mesma faixa). O telefone sem fio não trazia a informação de qual canal estava usando e como minha rede usava o canal 1, fui para o mais alto que placas wifi suportavam. O grande problema que aconteceu foi que o roteador e muito menos o telefone tinham função de auto-ajuste de frequência em caso de ocupação do espectro.

Isso é muito comum. A maioria dos equipamentos simplesmente não fazem isso. Você, caro leitor, deverá ter cuidado no momento de comprar equipamentos sem fio para não ter problemas. Eu tive sorte, só isso. Mas agora não posso ter mais nada na referida faixa de frequência. E tenho que torcer para que meus vizinhos mais próximos não usem nada nessa faixa também.

E quanto àquele selinho da ANATEL? Trata-se de uma mera formalidade somente para informar aos brasileiros de que aquele aparelho entrou no país de forma oficial. Porque se fizessem testes de verdade, o meu telefone jamais teria um selo que informa a impossibilidade de causar interferência em outros equipamentos.

9 de julho de 2009

Netbooks: tendência ou moda passageira?

Durante o último ano eu presenciei um movimento bastante interessante: alguns amigos e colegas de trabalho trocaram seus notebooks por netbooks.

Para definir: segundo a Microsoft, um netbook (ou UMPC - ultra mobile PC - PC ultra móvel) é um computador móvel com tela até 10,2 polegadas, processador de baixo consumo de energia, rede wireless (wifi), autonomia de bateria superior a 3 horas e baixo custo (o que seria baixo custo para a Microsoft?). Porque usei a definição da Microsoft apesar dela mesma somente apoiar estes aparelhos muito tempo depois do surgimento? Simples: foi a única empresa que decidiu definir esses aparelhos por motivos comerciais que envolvem o licenciamento do Windows (curiosidade: o Windows XP Home Edition está saindo para os fabricantes de netbooks por 15 dólares! - só a Microsoft para ganhar dinheiro com um produto que já saiu de linha).

Num primeiro momento eu simplesmente não consegui entender como alguém com um mínimo de sanidade trocaria uma tela grande e confortável por uma pequena tela de 7 polegadas. Sem falar no ínfimo espaço em disco (na verdade não eram discos, mas SSDs - solid state disks - discos de estado sólido, ou seja, cartões de memória super nutridos) que mal dava para ter o sistema operacional instalado.

O que o ignorante blogueiro que aqui está não havia notado é que aquelas pessoas não estavam preocupadas com desempenho invejável ou com a possibilidade de ter toda a áudioteca do Michael Jackson junto de si. Estas pessoas estavam interessadas em ter um meio de acessar a internet, de forma realmente móvel, coisa que os telefones celulares ainda não conseguiram fazer de forma satisfatória. E esses bichinhos tem uma duração de bateria invejável. Ficar cinco horas conectado à internet - sem fios - é uma proeza!

Hoje temos modelos muito bons, quase comparáveis à notebooks normais. Processadores "potentes", telas de 10 polegadas, discos (agora sim, convencionais) de 120 GB pra lá. Bateria com boa autonomia (alguns desses pequenos notáveis chegam a 4 horas, como o Positivo Mobo White) que nos fazem pensar até em aposentar os notebooks. O tamanho e a forma de fabricação ultra compacta não permite colocar um leitor de DVD nesses brinquedos, uma pena pelo menos por enquanto. Mas nada que um drive USB externo não resolva.

Eu, depois de me despir da ignorância inicial, até comprei um, para uso profissional quando fora de casa. Achei que seria uma maquininha quebra galho por causa da baixa performance. Quando liguei o meu pela primeira vez percebi que de baixa a performance não tinha nada. Ainda estou tentando entender como o meu netbook, com processador Intel Atom de 1,6GHz consegue carregar o Windows XP tão rápido quanto o meu notebook, um Core 2 Duo (que tem 2GB de RAM - o dobro de RAM que o netbook - e com HD de 7200 RPM - o do netbook é de 5400 RPM). Não pretendo filosofar sobre o fato. O que pretendo dizer é que o netbook acabou transformando-se no meu PC principal. Somente uso o notebook quando preciso ler ou gravar mídias óticas e para ver fotos (coisa que na tela de 10 polegadas no netbook fica desconfortável).

Lembram da pergunta título do post? Minha humilde resposta é: tendência. O leitor deve estar se perguntando: na opinião do blogueiro, pra que serve um notebook então? Eu acredito que a tendência é do notebook substituir o desktop. Notebooks consomem menos energia, ocupam menos espaço, não irão sofrer com quedas de energia devido a ter uma bateria que o sustentará por aproximadamente 2 horas, estão com preços compatíveis a desktops e devido à sua popularização já é possível encontrar vários tipos de acessórios no formato Express Card. Eu acredito que os desktops irão ocupar apenas o espaço profissional, aqueles que precisam realmente de um hardware muito específico, que exija uma montagem personalizada.

Mudança no formato dos Feeds

Amigos,

Como irei voltar a postar com frequência, andei pensando como iria tratar os feeds. Pensei em desabilitar o recurso, mas isso seria radical demais. Também não dava pra deixar o post completo nos feeds... assim ninguém visitaria a página. Decidi então deixar apenas uma sinopse do post nos feeds.

Acho que todos concordam que visitas em um blog é como torcida em jogo de futebol: só tem graça se comparecer!

Para assinar o feed do "Tecnologia dia-a-dia" basta colocar o endereço http://tecnologiadiaadia.blogspot.com/feeds/posts/default?alt=rss no seu leitor de feeds.

Longo tempo de descanço... e um esboço de retorno

Há quanto tempo!

E bota muito tempo...

Mais de dois anos. Olha que assunto nesse período não faltou. O que faltou foi dedicação e tempo (tá bom, tempo não faltou tanto assim). Muita coisa mudou nesse período. A faculdade quase acabada (mas trancada), um casamento (não tão casamento, mas como dizem por aí "amigado em fé casado é"), novo endereço...

Tenho que admitir: rolou bastante preguiça. Às vezes eu até poderia "blogar" mas a prática do ócio não deixava mover os dedos sobre o teclado, transcrevendo as idéias que brotavam no meu cérebro. Este último, pelo menos, é o único componente do meu corpo que não deixou de trabalhar durante todo esse tempo. Ainda bem.

Com alguns quilos a mais e menos prática de digitação do que antes, deitado na rede da minha varanda, percebi que tinha tudo o que precisava para recomeçar a blogar. Foi só ligar o notebook e começar a escrever.

Pensei em escrever sobre uma nova (em tempo: não tão nova assim) tendência que veio: netbooks. Desisti. Acho que o leitor merecia um texto de "bem-vindo denovo".

Ainda continuo com a premissa de tentar trazer assuntos ligados à tecnologia. Pretendo não me ater unicamente a eles, mas sempre que possível dar uma passada ou associar um assunto com a área de tecnologia.

Peço desculpas pela demora para voltar. Mas nunca é tarde para recomeçar.

Abraços e até logo (logo mesmo!)